Pe.
Geraldo Martins
O ano de 2015 começa com novidades
e expectativas, apesar do cenário pessimista desenhado pela mídia a partir das turbulências
políticas e econômicas por que passa o país. Os novos governantes empossados no
primeiro dia do ano têm a gigantesca tarefa de levantar o astral dos brasileiros
desanimados e incrédulos que carregam o pessimismo e o derrotismo como eternos
companheiros. Tarefa nada fácil considerando a abjeta prática política do “toma lá, dá cá”, que vigora no Brasil como
condição sine que non para governar.
Em seu segundo mandato, a
presidente enfrentará desafios maiores que no primeiro. A primeira dificuldade
está no nível político. Com a necessidade de ampliar sua base no Congresso
Nacional, ela tem feito indicações para o primeiro escalão do governo até então
inimagináveis. Explicam-se, assim, as críticas não só da oposição, mas também
de seu próprio partido e de movimentos sociais que se engajaram em sua
reeleição.
A situação econômica também não é
tão favorável, segundo alguns especialistas. As medidas anunciadas na segunda-feira
(29), mudando as regras para a concessão de seguro-desemprego, pensão por morte
e abono salarial, são uma prova disso. Elas acenderam o sinal amarelo das
centrais sindicais. Para muitos, inclusive, esta atitude da presidente soa como
uma contradição ao que afirmou durante a campanha. Vem batalha dura por aí.
A corrupção, ainda mais escancarada
com a Operação Lava Jato, é uma chaga que beira à institucionalização. Por mais
que se tenha avançado no que diz respeito á investigação desse mal que corrói o
país, o sentimento é de incredulidade quanto à sua erradicação e consequente
punição dos envolvidos, não obstante as prisões de alguns colarinhos brancos.
A manutenção e a ampliação dos programas
sociais, responsáveis pela saída de milhões de famílias da situação de pobreza
nos últimos doze anos, exigirão atenção redobrada do governo. É real a ameaça
que paira sobre esses programas por causa do fraco desempenho do PIB, da inflação
que bate à porta, da possibilidade de volta do desemprego e de outras questões que
compõem nossa conjuntura político-econômica.
Outros desafios poderiam ser
lembrados aqui e, ainda assim, não esgotaríamos a lista. Seria desumano
pretender que um governo resolvesse todos. Aliás, a solução de muitos deles
passa também pelo compromisso da sociedade. Daí a importância de nosso
engajamento na luta contra tudo que impede a construção do Brasil que queremos.
Esgotar o exercício de nossa cidadania no ato de votar é um equívoco com
consequências irreparáveis. Pagamos um alto preço por causa disso. Basta olhar
o resultado das últimas eleições para o Congresso Nacional e as Assembleias
Legislativas.
Nenhum governo, para avançar nas metas que assegurem desenvolvimento com justiça social, pode dispensar a parceria com as forças vivas da sociedade. São muitas as organizações e instituições que podem somar esforços na construção de uma nação livre, soberana, verdadeiramente democrática. Para tanto, os governos precisam abrir-se efetivamente ao diálogo, superando os interesses ideológicos e particulares de grupos que marcham na contramão do respeito aos direitos humanos e do bem comum.
Nenhum governo, para avançar nas metas que assegurem desenvolvimento com justiça social, pode dispensar a parceria com as forças vivas da sociedade. São muitas as organizações e instituições que podem somar esforços na construção de uma nação livre, soberana, verdadeiramente democrática. Para tanto, os governos precisam abrir-se efetivamente ao diálogo, superando os interesses ideológicos e particulares de grupos que marcham na contramão do respeito aos direitos humanos e do bem comum.
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