Pe. Geraldo Martins
A Arquidiocese de Mariana vive uma bela experiência
evangelizadora proposta pelo Projeto Arquidiocesano de Evangelização, conhecido
em todas as paróquias e comunidades como PAE. Firmado em dois eixos –
Comunidade e Missão – o projeto objetiva dinamizar a ação pastoral de nossa
Arquidiocese, levando à renovação das paróquias na dinâmica da comunhão e
participação.
Após intenso trabalho voltado para o fortalecimento das
comunidades, a prioridade agora é a missão com ênfase no anúncio aos que estão afastados
da Igreja ou da vida digna que Deus quer para seus filhos e filhas. Trata-se de
um grande desafio que a Arquidiocese quer enfrentar com coragem, ousadia e
criatividade!
Nossa primeira atitude será ir ao encontro dos afastados para
escutá-los. Por isso, definimos 2014 como o Ano da escuta dos afastados. Queremos
ouvi-los a partir do lugar em que estão. Conhecer melhor sua vida, sua
história, seus sonhos, seus desejos. E não nos referimos aqui apenas aos que
receberam os sacramentos – batismo, crisma, eucaristia – e deixaram de
frequentar a Igreja. Queremos ir aos que se encontram nas “periferias da
existência”, ou seja, aqueles que estão afastados por causa de sua condição
econômica e social. São os pobres, os excluídos, os jovens, os dependentes
químicos, moradores em situação de rua, mulheres marginalizadas e tantos outros
grupos que haverão de se identificados em nossas comunidades.
Nosso modelo para escutar esses irmãos e irmãs é Jesus
Cristo que, no diálogo com a Samaritana, aponta o caminho para chegar ao
coração dos que buscam a Deus. A atenção que Jesus dá à Samaritana “mostra o
cuidado que a comunidade cristã deve ter com os excluídos e as vítimas de
preconceitos e discriminações. Devemos aprender a considerar essas pessoas como
destinatários privilegiados de nossa missão evangelizadora”, lembra o biblista Mons.
Celso, vigário geral da arquidiocese de Mariana.
Aos poucos a ideia do “Ano da escuta” vai tomando corpo na
arquidiocese. A cartilha – Escutar, dialogar, anunciar – elaborada para ajudar a
compreender melhor a proposta, começa a ser estudada pelas equipes paroquiais
que terão a missão de escutar os afastados. A cartilha, que tem sido bem
avaliada por quem a estudou, lança luzes que ajudarão os “missionários e
missionárias da escuta” a definirem o itinerário desta nova missão cujo protagonista
é o Espírito Santo. É ele quem garantirá os frutos desta ação evangelizadora
que se pretende transformadora. A ele devemos confiar toda nossa disposição
para esse serviço em cumprimento à ordem de Jesus Cristo: “Vão e façam que
todas as nações se tornem discípulas” (Mt 28,19).
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