sexta-feira, 13 de junho de 2014

Ano da escuta

Pe. Geraldo Martins

A Arquidiocese de Mariana vive uma bela experiência evangelizadora proposta pelo Projeto Arquidiocesano de Evangelização, conhecido em todas as paróquias e comunidades como PAE. Firmado em dois eixos – Comunidade e Missão – o projeto objetiva dinamizar a ação pastoral de nossa Arquidiocese, levando à renovação das paróquias na dinâmica da comunhão e participação.

Após intenso trabalho voltado para o fortalecimento das comunidades, a prioridade agora é a missão com ênfase no anúncio aos que estão afastados da Igreja ou da vida digna que Deus quer para seus filhos e filhas. Trata-se de um grande desafio que a Arquidiocese quer enfrentar com coragem, ousadia e criatividade!

Nossa primeira atitude será ir ao encontro dos afastados para escutá-los. Por isso, definimos 2014 como o Ano da escuta dos afastados. Queremos ouvi-los a partir do lugar em que estão. Conhecer melhor sua vida, sua história, seus sonhos, seus desejos. E não nos referimos aqui apenas aos que receberam os sacramentos – batismo, crisma, eucaristia – e deixaram de frequentar a Igreja. Queremos ir aos que se encontram nas “periferias da existência”, ou seja, aqueles que estão afastados por causa de sua condição econômica e social. São os pobres, os excluídos, os jovens, os dependentes químicos, moradores em situação de rua, mulheres marginalizadas e tantos outros grupos que haverão de se identificados em nossas comunidades.

Nosso modelo para escutar esses irmãos e irmãs é Jesus Cristo que, no diálogo com a Samaritana, aponta o caminho para chegar ao coração dos que buscam a Deus. A atenção que Jesus dá à Samaritana “mostra o cuidado que a comunidade cristã deve ter com os excluídos e as vítimas de preconceitos e discriminações. Devemos aprender a considerar essas pessoas como destinatários privilegiados de nossa missão evangelizadora”, lembra o biblista Mons. Celso, vigário geral da arquidiocese de Mariana.


Aos poucos a ideia do “Ano da escuta” vai tomando corpo na arquidiocese. A cartilha – Escutar, dialogar, anunciar – elaborada para ajudar a compreender melhor a proposta, começa a ser estudada pelas equipes paroquiais que terão a missão de escutar os afastados. A cartilha, que tem sido bem avaliada por quem a estudou, lança luzes que ajudarão os “missionários e missionárias da escuta” a definirem o itinerário desta nova missão cujo protagonista é o Espírito Santo. É ele quem garantirá os frutos desta ação evangelizadora que se pretende transformadora. A ele devemos confiar toda nossa disposição para esse serviço em cumprimento à ordem de Jesus Cristo: “Vão e façam que todas as nações se tornem discípulas” (Mt 28,19).

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