Brasília, 18 de agosto de 2009.
Querida tia Dadá,
Recebi, com serenidade, na manhã desta terça-feira, 18 de agosto, a notícia de sua viagem para a casa do Pai. Fiquei imaginando com quanta prontidão a senhora não deve ter aceito esta viagem, contradizendo sua conhecida resistência a viagens. E não poderia ser diferente, afinal, o convite partiu Daquele a quem a senhora sempre serviu com fé e por quem doou toda sua vida. É uma viagem definitiva, que a conduz, agora, para sua nova morada. Ah, quanto a senhora sonhou com esta nova casa, não é mesmo?! A partir de hoje, a senhora vai poder ver face a face o “Bom Jesus do Grota”, cujo jubileu não será o mesmo sem sua presença. Que glória poder estar com Ele face a face!
Nesta sua nova vida, tudo será diferente! Sem dor, sem tristeza, sem sofrimento! Sem choro, sem lágrima. Só amor, só alegria, só paz, só felicidade! A senhora merece! Não tenho dúvida de que os santos que lhe alimentaram a fé já estão em fila para acolhê-la. Nossa Senhora será a primeira, claro. Depois devem vir São Sebastião, Santo Antônio, São Geraldo e os outros de sua devoção. E serão tantos!...
Que dizer, ainda, quando a senhora encontrar lá os que aqui lhe foram tão caros: Pedro Satil e Raimunda, seus irmãos, seu primeiro esposo, filho, e tantas outras pessoas da família e do grupo de amigos que senhora cultivou ao longo de seus 88 anos. Será uma festa a sua chegada! E desta festa a senhora participará com gosto e entusiasmo. Sou tentado a pensar que a senhora se poupou de tudo isso aqui na terra para, neste momento, gozar em plenitude da festa que nunca se acaba.
Tia Dadá, sabemos que, mesmo partindo, continuará conosco. Sua imagem vai nos acompanhar sempre. Não vamos nos esquecer daquela mulher forte, simples, de mãos abençoadas, sempre disposta ao trabalho. Mestra na culinária, não havia que resistisse às guloseimas saborosas que saiam como que por encanto de suas mãos. Tínhamos que nos cuidar para não pecar contra a gula.
Admirável também era seu amor pela vida da roça. Somos testemunhas do quanto a senhora resistiu a deixar sua casinha aos pés da Buracada para se mudar para rua do Grota. Compreendemos bem. Aquela casinha era mais do que uma morada, era o seu lar, sua história, sua vida. Como deve ter sido difícil a mudança! No Grota, porém, a compensação. A senhora ficou mais perto da “Casa de Deus”. Ali, o primeiro banco era seu; a primeira a chegar era a senhora. O inconfundível véu preto sobre a cabeça lhe caía bem e nos comunicava a grande fé que trazia no coração. Com que piedade recebia a eucaristia e com que devoção recitava o terço. Meu ministério é fruto também destas orações. Muito obrigado! Aliás, não só o meu, mas o de todos os padres que a senhora conheceu.
Fico pensando ainda no seu amor à numerosa família que constituiu, fruto do amor de dois matrimônios. Que responsabilidade pesa sobre o ombro de seu esposo, seus filhos e filhas, genros, noras, netos e bisnetos: honrar a esposa, a mãe, avó e bisavó que lhes deixa como maior herança a fé, o amor à pobreza, a vida na simplicidade, o zelo pelas coisas de Deus.
Penso igualmente nos seus dois irmãos que ficam, Leleu e Conceição, e nos inúmeros sobrinhos e sobrinhas. Conforta-nos saber que poderemos contar com sua intercessão junto de Deus a nosso favor. Despedimo-nos da senhora com saudade, mas fortalecidos pela esperança que vem de nossa fé na ressurreição do Cristo que garante a ressurreição de todos os que nele creram enquanto aqui viveram.
Tia Dadá, é ao Cristo que, agora, confiantes, dirigimos nossa prece. Que Ele receba a senhora na glória dos justos. Seja lhe dada a coroa dos que perseveraram na fé, combatendo o bom combate. Que a Virgem Maria, por meio de quem a senhora alcançou tantas graças, lhe conceda a graça final: ouvir de Jesus o doce e suave convite: “Venham benditos de meu Pai! Recebam em herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo!” (Mt 25,34).
Com carinho,
Pe. Geraldo.
Nesta sua nova vida, tudo será diferente! Sem dor, sem tristeza, sem sofrimento! Sem choro, sem lágrima. Só amor, só alegria, só paz, só felicidade! A senhora merece! Não tenho dúvida de que os santos que lhe alimentaram a fé já estão em fila para acolhê-la. Nossa Senhora será a primeira, claro. Depois devem vir São Sebastião, Santo Antônio, São Geraldo e os outros de sua devoção. E serão tantos!...
Que dizer, ainda, quando a senhora encontrar lá os que aqui lhe foram tão caros: Pedro Satil e Raimunda, seus irmãos, seu primeiro esposo, filho, e tantas outras pessoas da família e do grupo de amigos que senhora cultivou ao longo de seus 88 anos. Será uma festa a sua chegada! E desta festa a senhora participará com gosto e entusiasmo. Sou tentado a pensar que a senhora se poupou de tudo isso aqui na terra para, neste momento, gozar em plenitude da festa que nunca se acaba.
Tia Dadá, sabemos que, mesmo partindo, continuará conosco. Sua imagem vai nos acompanhar sempre. Não vamos nos esquecer daquela mulher forte, simples, de mãos abençoadas, sempre disposta ao trabalho. Mestra na culinária, não havia que resistisse às guloseimas saborosas que saiam como que por encanto de suas mãos. Tínhamos que nos cuidar para não pecar contra a gula.
Admirável também era seu amor pela vida da roça. Somos testemunhas do quanto a senhora resistiu a deixar sua casinha aos pés da Buracada para se mudar para rua do Grota. Compreendemos bem. Aquela casinha era mais do que uma morada, era o seu lar, sua história, sua vida. Como deve ter sido difícil a mudança! No Grota, porém, a compensação. A senhora ficou mais perto da “Casa de Deus”. Ali, o primeiro banco era seu; a primeira a chegar era a senhora. O inconfundível véu preto sobre a cabeça lhe caía bem e nos comunicava a grande fé que trazia no coração. Com que piedade recebia a eucaristia e com que devoção recitava o terço. Meu ministério é fruto também destas orações. Muito obrigado! Aliás, não só o meu, mas o de todos os padres que a senhora conheceu.
Fico pensando ainda no seu amor à numerosa família que constituiu, fruto do amor de dois matrimônios. Que responsabilidade pesa sobre o ombro de seu esposo, seus filhos e filhas, genros, noras, netos e bisnetos: honrar a esposa, a mãe, avó e bisavó que lhes deixa como maior herança a fé, o amor à pobreza, a vida na simplicidade, o zelo pelas coisas de Deus.
Penso igualmente nos seus dois irmãos que ficam, Leleu e Conceição, e nos inúmeros sobrinhos e sobrinhas. Conforta-nos saber que poderemos contar com sua intercessão junto de Deus a nosso favor. Despedimo-nos da senhora com saudade, mas fortalecidos pela esperança que vem de nossa fé na ressurreição do Cristo que garante a ressurreição de todos os que nele creram enquanto aqui viveram.
Tia Dadá, é ao Cristo que, agora, confiantes, dirigimos nossa prece. Que Ele receba a senhora na glória dos justos. Seja lhe dada a coroa dos que perseveraram na fé, combatendo o bom combate. Que a Virgem Maria, por meio de quem a senhora alcançou tantas graças, lhe conceda a graça final: ouvir de Jesus o doce e suave convite: “Venham benditos de meu Pai! Recebam em herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo!” (Mt 25,34).
Com carinho,
Pe. Geraldo.
Um comentário:
Que linda carta! Parabéns amigo Geraldinho.. sempre bastante sensível, te admiro! OBS: UMA RECLAMAÇÃO: queria muito saber o pq do meu Grêmio não estar na lista dos clubes possíveis ao título brasileiro na enquete de seu blog?? Só de sacanagem votei no Galo pra ser campeão também.. hahahaha.. abçs.
Cássio Resende - Barbacena/MG
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