terça-feira, 27 de março de 2012

Ecos da Campanha da Fraternidade

Pe. Geraldo Martins

Lançada há pouco mais de um mês pela CNBB, a Campanha da Fraternidade, em sua 49ª edição, tem encontrado enorme ressonância na sociedade ao trazer para o debate o tema da saúde pública. O estudo e a reflexão sobre o tema tomam conta das paróquias, comunidades, grupos de rua, escolas e outras organizações, que aprofundam seu conhecimento sobre a realidade da saúde pública no Brasil.

No meio político não está sendo diferente. A todo instante chegam convites à CNBB para participar de debates sobre o tema. O Senado, no dia 19 de março, homenageou a Campanha com uma sessão solene. A Câmara fez o mesmo nesta semana, no dia 27. A tribuna de ambas as Casas foi, nesta ocasião, palco para inúmeros parlamentares que não economizaram palavras tanto para elogiar a CNBB pela realização da Campanha, quanto para criticar o estado em que se encontra a saúde pública no país.

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara também já demonstrou sua preocupação com a saúde pública e quer empunhar a bandeira da busca de mais recursos para o sistema público de saúde. Deverá promover uma audiência pública para discutir o assunto. Neste sentido, a Frente Nacional por mais recursos para a Saúde está com uma campanha nas ruas colhendo assinaturas para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular destinando 10% do PIB para a saúde pública. Motivada pela Campanha da Fraternidade, já manifestou o desejo de contar com o apoio da CNBB.

A Frente Parlamentar de apoio às Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas, que se reúne com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na quarta-feira, 28, na Câmara Federal, também quer ouvir a Conferência dos Bispos sobre a Campanha da Fraternidade. Um dia antes, assessores da Conferência atenderam ao convite da Frente Nacional de Prefeitos para apresentar aos seus diretores o conteúdo da Campanha.

Estas são algumas das incontáveis manifestações de apoio à Campanha da Fraternidade. Em todas elas, o discurso que predomina é o da preocupação com o subfinanciamento da saúde pública no país, ao mesmo tempo em que se reconhece a urgente necessidade da consolidação definitiva do SUS, uma conquista da Constituição Cidadã. É unânime, também, o reconhecimento de que o Brasil tem uma dívida com a população mais pobre por não ser capaz, ainda, de lhe oferecer, a tempo e a hora, um sistema de saúde eficiente e com qualidade.

A Campanha não se encerra com o fim da Quaresma, na próxima semana. Na verdade, ela está só começando e, ao longo de todo o ano, continuará reverberando nas comunidades, nos grupos, nas associações, no Congresso Nacional, nas prefeituras, nas secretarias de saúde, em toda a sociedade brasileira. Temos, ainda, um longo caminho a percorrer até que a “saúde se difunda sobre a terra”.

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