quinta-feira, 28 de abril de 2011

Expectativas que vêm de Aparecida

Pe. Geraldo Martins Dias


A Assembleia da CNBB sempre gera expectativa naqueles que acompanham a atuação e a presença da Igreja na sociedade. Afinal, é especialmente por meio da CNBB que a Igreja no Brasil se manifesta sobre as mais variadas questões, desde as relativas especificamente à evangelização até as referentes à realidade social, política e econômica do país. Tem sido assim desde que a CNBB foi criada em 14 de outubro de 1952, quando sua Assembleia era constituída somente dos arcebispos metropolitanos que, na época, não passavam de 20, incluídos aí os dois únicos cardeais do país na época. A voz do episcopado brasileiro sempre encontrou eco no maior país católico do mundo.

Na próxima semana, a CNBB começa sua 49ª Assembleia, reunindo 296 bispos da ativa e 40 eméritos. A primeira grande expectativa é em relação às eleições para presidente, vice-presidente e secretário geral da entidade. Além destes, serão escolhidos também os presidentes para as Comissões Episcopais Pastorais que, atualmente são dez, com possibilidade de subirem para onze, uma vez que o Conselho Permanente aprovou, em sua última reunião, no mês de fevereiro deste ano, o desmembramento do Setor Comunicação Social da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação, Cultura e Comunicação para se tornar uma Comissão. Cabe à Assembleia a decisão final sobre esta proposta.

Juntamente com as eleições, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil se tornam o principal tema da Assembleia da CNBB que, pela terceira vez, se realizará em Aparecida (as duas anteriores foram em 1954 e 1967), sob o olhar materno de Nossa Senhora Aparecida. Por que as Diretrizes são tão importantes? O secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, as vê como “o documento-chave para a leitura e aplicação de todos os demais”. Ele as considera “imprescindíveis” para quem está no trabalho da evangelização e as coloca como meio para se construir a unidade da ação pastoral da Igreja no Brasil, “respeitando e valorizando as diferenças” e “evitando a dispersão de esforços e iniciativas”.

É isso mesmo. As Diretrizes devem ser o grande referencial para a elaboração dos planos de pastoral das dioceses, paróquias, comunidades, pastorais, movimentos e associações eclesiais. É uma pena que nem todos se dão conta disso e muitos simplesmente as ignoram. No contexto da Missão Continental e sob a inspiração da Conferência de Aparecida, as Diretrizes a serem aprovadas na próxima Assembleia da CNBB haverão de se constituir, para os agentes da missão, uma referência inspiradora no planejamento de suas ações. Elas como que dão o tom da Igreja que queremos para o Brasil na busca de respostas aos desafios que hoje nos são postos pela atual conjuntura nos âmbitos cultural, político, social, econômico e religioso. As Diretrizes são um inestimável instrumento de construção da comunhão eclesial que torna mais forte a evangelização.

De pauta sempre muito carregada, a Assembleia da CNBB tratará de outros temas importantes como, por exemplo, as Diretrizes para a formação dos diáconos e a questão indígena. As análises de conjuntura social e eclesial, feitas no início do encontro, também despertam nossa atenção por sua profundidade e qualidade. Elas ajudam a trazer à baila as luzes e sombras que marcam a vida da Igreja e da sociedade e que exigem respostas eficazes também da evangelização.

Que o Espírito Santo assista os bispos para que apontem caminhos que animem a esperança de nosso povo e renovem as energias de nossas lideranças.

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