segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vaias para Hélio Costa

Pe. Geraldo Martins

Foi constrangedor. Assim que foi anunciado para fazer seu discurso, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, ouviu uma sonora vaia. Por pouco não conseguia terminar seu pronunciamento. Ignorando as manifestações, o ministro exaltou o presidente Lula pela coragem de convocar a Conferência. Exaltou o sistema digital adotado pelo país que, segundo afirmou, “está sendo levado a todos os países do Mercosul”. E ficou nisso.

Antes dele, Celso Schroeder, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, membro da Comissão Organizadora da Confecom, destacou a importância da Conferência que tem, entre seus propósitos, o de “romper com o silêncio com que a mídia trata a própria mídia”.
Schroeder disse também que a Conferência “possibilitará ao povo brasileiro incidir sobre a comunicação e ao governo construir uma agenda para o país” nesta área.

A secretária de comunicação da CUT, Rosane Bertotti, falou mandou um recado para os empresários que saíram da Confecom. “Cerceamento de liberdade de expressão é quem não quer estar aqui para o debate. Não há democracia plena sem a democratização da comunicação”, disse.

Já o presidente da TV Bandeirantes, Johnny Saad, ao iniciar seu discurso, ouviu um ensaio de vaias. Ao longo de seu breve discurso, no entanto, foi aplaudido, sobretudo quando, indiretamente, mandou um recado para a Globo, ao defender a diversidade há na TV digital para a TV paga, “o que não ocorre porque há um porteiro que não deixa isso acontecer”. Neste momento, ele foi interrompido por um sonoro grito que veio do fundo do auditório: “o povo não é bobo, abaixo a rede globo”.

Saad defendeu, ainda, que 50% dos canais sejam brasileiros, reforçando a produção nacional. Eis aí outro tema defendido pelos movimentos sociais. O empresário concorda com a universalização da Banda Larga. E mandou um recado direto ao presidente Lula ao afirmar que, para isso, é preciso baixar a taxa tributária. Terminou dizendo que os empresários, através da Abra e da Telebrasil, entraram na Conferência com propostas, mas também dispostos a ouvir. “Estamos com espírito aberto”, disse. É aguardar para ver...

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