quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

De Maringá para o Brasil


Pe. Geraldo Martins

A Pastoral da Juventude começa, no próximo domingo, dia 8, seu 10º Encontro Nacional, na cidade de Maringá, com o sugestivo lema “Na ciranda da vida, a nossa missão é amar sem medida”. Inspiram o encontro, que acontece a cada três anos, a celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II, as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e o Plano de Ação da Pastoral da Juventude.

Durante uma semana, 700 jovens rezarão e discutirão temas ligados à sua vida, ao mundo em que vivem, à Igreja que servem e ao Reino de Deus, que ajudam a construir no hoje de nossa história. Reafirmarão, certamente, o histórico compromisso da Pastoral da Juventude de ser uma presença transformadora na sociedade a partir de seu engajamento social e político, inspirado na fé, comprometidos com os pobres, no pleno respeito à pluralidade e à diversidade que caracterizam os tempos atuais.

Quando surgiu, nos anos 1980, a Pastoral da Juventude trouxe uma proposta nova no trato e na organização dos jovens. No lugar de um grupo com multidão de jovens, a formação de vários pequenos grupos. Isso facilitaria a socialização dos jovens, o conhecimento mútuo, a partilha e o compromisso. As três fases - nucleação, grupos de base e militância - constituíam-se como um processo pedagógico de inserção do jovem na Igreja e na sociedade, segundo a vocação de cada um.

A organização dos jovens a partir do meio em que vivem fez surgirem as Pastorais da Juventude Estudantil, do Meio Popular e Rural, relembrando a vitoriosa experiência, especialmente nos tempos da ditadura, da JAC, JEC, JIC, JOC, JUC. Não são poucos os que, hoje, militam nas organizações sociais, nos sindicatos e nos partidos políticos, formados nesta experiência de organização da juventude católica.

Outra aposta da PJ é o protagonismo juvenil, que torna o jovem sujeito de sua própria história. Sem dispensar assessorias especializadas, o caminho da PJ é definido e construído pelos próprios jovens. São eles que determinam suas prioridades a partir daquilo que os desafia e angustia, tendo como referência o Evangelho, que nos revela o Reino de Deus como compromisso de todos.

A Pastoral da Juventude é marcada também por uma espiritualidade muito forte e bonita. O jeito de celebrar dos “pejoteiros” é vibrante e contagia por sua capacidade de rezar a realidade e a vida. Não abrem mão da música, da dança, do silêncio, dos símbolos, da Palavra partilhada, da Eucaristia. A eles se aplicam as palavras de um teólogo que dizia sobre a oração: Mais do que sentir o que se reza, é preciso rezar o que se sente. É isso que eles fazem. Talvez por isso muitos não os entendam e até digam que eles não rezam.

Ao longo dos anos, nasceram muitas outras experiências de organização da juventude. Com elas a PJ busca o diálogo e a comunhão, somando forças no mesmo ideal de se chegar à “civilização do amor”, sonho que as juventudes devem sonhar juntas para colocar fim ao obscuro mundo da violência, das drogas, do consumismo e de outros males em que vive grande parte dos jovens.

De Maringá a PJ irradie para os jovens do Brasil a luz que brilha nos olhos e no coração de quem vive a missão de amar sem medida, na ciranda da vida.

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